Na minha fase "rebelde", lá pelos meus 15/16 anos, eu não admitia, de forma ferrenha e aos berros, que apenas eu (a filha mulher) teria que ser responsável pela arrumação da casa, era minha obrigação saber cozinhar e fazer coisas de "mulherzinha". Ser criada para um matrimônio perfeito, simplesmente não me conformava (e ainda não me conformo, mas reajo de maneiras diferentes hoje em dia).
Hoje, mais do que nunca, acredito na liberdade das pessoas (independente de sexo) ter mais afinidade com determinadas coisas dentro de uma infinidade de opções antes (e ainda hoje) taxadas e atribuídas ao sexo da pessoa.
Hoje, me sinto confortável e sem culpa de ser uma mulher que cozinha, é ligada à moda, pensar sobre a criação de futuros filhos; sem que isso me tenha sido imposto, é tudo por pura afinidade, interesse, satisfação pessoal e amor! E pelas mesmas justificativas, me permitir ser tatuada, com piercings e não querer casar.
Pude aprender nesse período de nem lá, nem cá (muito jovem ou muito madura); a ter voz, a saber ouvir essa voz, a saber falar e principalmente a não calar. Percebi também que posso estar à beira dos 30 anos e ter dúvidas do que quero fazer amanhã, simplesmente por achar que ainda tem muita coisa nesse mundo para conhecer/ver/fazer. E principalmente, que NÃO, eu NÃO TENHO que NADA, a não ser que EU QUEIRA!